O mapa da indústria brasileira está mudando. Mesmo diante do tímido crescimento do setor no país, houve uma dispersão de aglomerações industriais relevantes (AIR) pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Das AIRs surgidas no Brasil entre 1995 e 2015, 32% estão nessas três regiões, que reuniam apenas 22,3% das aglomerações no primeiro ano da análise. Nesse mesmo período, o número de AIRs no Brasil passou de 85 para 160.
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Entre as regiões onde houve maior avanço, o destaque é o Centro-Oeste, que praticamente dobrou sua participação em relação ao total das AIRs: de 4,7% para 8,1%, ou de quatro aglomerações em 1995 para 13 em 2015.
As constatações estão no estudo Perfil e Dinâmica das Desigualdades Regionais do Brasil em Territórios Industriais Relevantes, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A análise considera uma AIR como a microrregião geográfica com mais de 10 mil empregos industriais no ano pesquisado.
Para se ter uma ideia, em 1995 existiam somente três novas aglomerações industriais relevantes na região Nordeste: no Recife (PE), em Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Hoje, todas as capitais dos nove estados nordestinos têm AIRs, que surgiram também no interior.
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Empregos
Entre 1995 e 2015, as aglomerações com mais de 10 mil empregos industriais responderam por 80% a 85% das ocupações na indústria em todo o Brasil. O total de empregos nessas AIRs cresceu de 3,8 milhões para 6,2 milhões nas duas décadas, indicando uma expansão média de 1,88% ao ano.
A região Nordeste chegou a 726 mil empregos industriais em AIRs em 2015, ou 11,6% do total nacional, frente a 9,5% de participação em 1995. Avanço maior ocorreu na região Centro-Oeste, com a expansão do emprego industrial em aglomerações superior à média nacional: de apenas 1,74% do total em 1995 para 5,16% em 2015.