Esgotamento físico, mental e emocional por conta de trabalho excessivo, acrescido de vida pessoal atribulada de obrigações e um cotidiano sem espaço para o descanso e vida saudável são apenas alguns dos sintomas de burnout. Estima-se que isso ocorra em aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros e 23% em trabalhadores do mundo inteiro, com uma tendência de aumento progressivo.
Por conta disso, a Dra. Siglia Diniz juntou sua voz às de outros profissionais da área de saúde, dentro e fora do Brasil, para alertar sobre as perigosas consequências do burnout e principalmente e seu impacto na vida das mulheres.
Estatísticas apontam que enquanto mulheres vivem 10 anos mais do que os homens na população geral, as médicas, por exemplo, vivem 10 anos a menos do que os homens médicos. Essas discrepâncias também ocorrem em outras profissões em que a mulher acumula funções dentro e fora de casa, tendo como base a mentalidade cultural e patriarcal de que a mulher precisa ser ‘multi-tasking’, ou seja, lidar com diversos afazeres ao mesmo tempo.
Como estudos recentes mostram, as mulheres acumulam não só funções profissionais e familiares, como também cobranças sociais sutis ao longo de sua jornada de vida, como a obrigação de parecer perfeita diante da sociedade, o mito da supermãe, perda de valor pessoal com o envelhecimento, entre outros. Como consequência, algumas buscam ‘compensar’ suas atividades e obrigações, com uma performance quase sobre-humana, para se manter relevante do ponto de vista social, pessoal e profissional. Esse tipo de mindset contribui em muito para o burnout, acarretando consequências como depressão e até suicídio.
Em termos estatísticos, embora ainda exista carência de dados mais precisos, principalmente quanto à incidência do burnout de acordo com as profissões, estudo recente da International Stress Management Association (Isma) concluiu que 30% entre mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros sofrem com burnout. Esses resultados provavelmente se relacionam também ao estresse causado pelo clima de insegurança em termos de empregabilidade relacionados à crise econômica e o frágil momento político do Brasil.
Adaptado de: https://www.terra.com.br/noticias/dino/como-as-mulheres-podem-aprender-a-lidar-com-esgotamento-e-burnout,a66e96af3e6a61b6e06e8090ee9c1944wlvv39hv.html