Repentino e silencioso. É assim que o AVC se manifesta. Há perda da força muscular ou visão, sensação de dormência nos braços e nas pernas, tontura, formigamento, entre outros. Após sofrer um acidente vascular cerebral, o indivíduo pode ficar com diversos efeitos colaterais. Um deles, descoberto recentemente por pesquisadores da Universidade de Freiburg, na Alemanha, e da Universidade de Berna, na Suíça, é a insônia.
Eles conduziram um experimento dentro de um laboratório do sono para comparar os sinais cerebrais de pacientes em estado crônico (pelo menos um ano após o acidente vascular cerebral) e a população em geral.
Dificuldades em dormir naqueles que tiveram um acidente vascular cerebral têm sido relatados há muito tempo, mas pouco se sabe sobre os sinais cerebrais subjacentes ao mau sono, especialmente quando os pacientes estão de volta à rotina. Também não está claro como dormir mal durante a noite está relacionado à sonolência e fadiga durante o dia.
Testes de sono
Para tentar investigar ainda mais a relação da insônia com o derrame, a equipe médica usou um mecanismo chamado polissonografia (PSG), que avalia os padrões de sono dos cérebros em duas noites. Eles descobriram que pacientes com AVC demoravam mais para adormecer e que tinham pior eficiência do sono – a proporção do tempo gasto dormindo em relação ao tempo gasto em cama – do que aqueles que não tinham sofrido um acidente vascular cerebral.
Um teste de latência múltipla do sono também mostrou que os pacientes com AVC tinham menor probabilidade de cochilar ou adormecer durante o dia para compensar a perda de sono à noite. Eles foram, no entanto, mais propensos a erros em um teste de vigilância do que seus colegas, aumentando o risco de falhas cognitivas ou quedas.
Os cientistas acreditam que os problemas de sono em pacientes com AVC ocorrem por vários fatores que contribuem, como maior tensão psicológica, dor e desconforto, bem como redução dos níveis de atividade física.”Nossa pesquisa mostra que aqueles que sofreram derrame mantêm dificuldades com o sono, o que provavelmente afeta a recuperação geral e a qualidade de vida. A importância do sono na recuperação dos pacientes não deve ser subestimada”, conclui Annette Sterr, uma das autoras do estudo e professora de neurociência cognitiva e neuropsicologia da Universidade de Surrey.
Fonte: Reporter MT